Da Redação:. Uma insólita decisão terá que ser tomada pela direção estadual do PDT SP: se a comissão provisória corresponderá à última executiva municipal recentemente eleita pelos filiados militantes, e que está afinada ao novo giro que tanto o líder Ciro Gomes, como o presidente do PDT nacional, Carlos Lupi, querem imprimir ao partido, voltando, até certo ponto, às suas raízes brizolistas, ou se o partido continuará, na cidade, como um joguete ou apêndice da administração tucana. O caso se torna mais bizarro se levarmos em conta que o prefeito Alberto Mourão foi, inclusive, o chefe da campanha em toda a Baixada do auto-apelidado Bolsodoria – a junção de Bolsonaro e Doria – e cujos respectivos governos federal e estadual mantém uma política econômica, social e institucional, diametralmente oposta ao PDT, que chegou inclusive a convidar a deputada Tábata Amaral a se retirar do partido, por sua traição na votação da contra- reforma da previdência e aposentadoria, pautada pelo governo Bolsonaro. Já a nível regional, o PDT teve o pulso firme em separar informalmente dois vereadores da legenda em Cubatão, por negarem-se a abandonar o governo municipal tucano de Ademario – informalmente porque a expulsão formal superaria o tempo do mandato dos vereadores, que termina no final do ano que vem. Da mesma forma o PDT vem adotando uma linha de firmeza gradativa, tirando o partido da lista das mal vistas legendas de aluguel. Isto tem se notado em várias cidades da Baixada, como a mesma Cubatão, Santos, Guarujá e São Vicente, onde referentes e lideranças do campo popular e das esquerdas, oriundos do PT, PCB, PSOL, Partido Humanista, PCdoB, anarquismo, e, no caso do Guarujá, até mesmo da ala mais à esquerda do PDT do ex prefeito Farid Madi. Em Praia Grande, o jovem médio empresário e metalúrgico Orion Albuquerque, foi eleito presidente em reunião aberta, num consenso entre militantes servidores municipais, jovens advogados, estudantes e jovens de pastorais evangélicas, alguns oriundos da ala mais moderada do PSOL e também da UJS, que seria a juventude do PCdoB. A mesma vereadora Janaína Ballaris, ainda do PT, e que estaria com o PDT em mãos (apesar de pré candidata a prefeita pelo PL, Partido Liberal, que lhe garantiu uma estrutura) teria apoiado até certo ponto esta nova direção democraticamente eleita, apesar dela mesma ter um certo relacionamento com a administração da cidade, pois na anterior executiva montada e dirigida por ela consta um dos braços direitos do prefeito tucano, o ex Secretário do Trabalho Getúlio Matos, que por muitos anos sustentou uma direção sindical dos servidores municipais muito questionada, inclusive na justiça, e que foi recentemente derrotada pelo voto dos mesmos Servidores Municipais, um dos maiores sindicatos da região, senão o maior, em números da base. Com um certo afastamento – até certo ponto – da atual vereadora, do PDT local, dá-se por certo, segundo várias fontes, o acirramento e pressão dos chamados laranjas da administração tucana- bolsonarista da cidade em obter o PDT municipal a qualquer custo. Segundo a jovem direção do PDT municipal, é “uma luta de David contra Golias, sabemos que não é fácil, comparado ao poder econômico do outro lado, o segundo prefeito mais rico do País, que era o quarto mas passou a ser o segundo, no lugar do Doria, quando ele foi eleito governador. Mas temos dignidade e estamos com a cabeça erguida, a médio e longo prazo, quem perderá não seremos nós, mas a própria ideia de um partido vigoroso e firme, autêntico, que empunha alto a bandeira do grande Leonel Brizola ou de um Darcy Ribeiro”.