Este homem foi entrevistado pelas duas maiores mídias da Baixada, mas, sintomaticamente, suas denúncias não vieram a público. As tramas de relacionamentos e de mútuo apoio que se tecem nos bastidores do mundo político-financeiro constituem uma verdadeira blindagem de fatos inconfessáveis e da hipocrisia que permeia certos círculos do poder.
Apesar dos célebres e notórios fatos de corrupção e escândalos políticos/empresariais que atingiram um novo patamar com a operação “Lava-Jato”, em praticamente todo o território nacional, e que começaram tendo como alvo o principal partido no poder e no executivo, e que foi estendendo-se não somente a outros partidos da então base aliada, como também a determinados partidos ‘opositores’ (mas coniventes) e em seguida às grandes construtoras, a outros ramos empresariais e até a certos setores do Judiciário, existe, ainda, um verdadeiro iceberg de corrupção submerso no oceano político, social e econômico.
E, falando em oceano, a metáfora se ajusta bem ao real que está emergindo, pois um verdadeiro mar de lama da corrupção de setores políticos-empresariais da área está vindo à tona.
Trocando em miúdos, em Santos, por exemplo – e em toda a Baixada – vemos cooperativas, clubes, associações municipais, enfim, uma gama de instituições da sociedade civil, sendo minadas pelos meandros e labirintos da corrupção, muitas vezes por parte de seus próprios dirigentes – e que deveriam ser seus zeladores, cuidadores ou defensores – num avançado processo de privatização forçada, maquiada, com desvios de recursos destas entidades, apropriações indevidas, manipulações nos estatutos, assembleias, assinaturas e nas contas internas. Percebe-se a formação de verdadeiras camarilhas, às vezes até de ‘mafietas ‘ ou quadrilhas, forçando e transpassando os limites das leis, e muitas vezes em conluio com setores do poder público, este também aviltado e dominado por interesses espúrios e desonestos.
A partir de hoje, iniciamos uma série de investigações, começando com o caso de uma das mais tradicionais cooperativas de duas cidades da região, que já está em processo judiciário no qual o férreo denunciante da foto tenta elucidar e, finalmente, que se faça a Justiça.
